Bebê arco-íris
Você já ouviu falar no termo bebê arco-íris? Essa designação é muito bonita, com um significado cheio de importância, esperança e delicadeza. O arco-íris é um fenômeno físico, químico, óptico e meteorológico que ocorre quando há separação da luz solar e, após este fato, ocorrem desvios provocados por gotas de chuvas da atmosfera. Normalmente, o arco-íris é visto quando as tempestades ou chuvas cessam e o sol reaparece.
Assim acontece com o bebê arco-íris, que é o bebê que nasce após uma gestação interrompida, seja por uma morte prematura, aborto espontâneo, ou situações mais complexas onde é preciso escolher entre a vida da mãe e a do bebê. A chegada desse recém-nascido é sinônimo de uma nova perspectiva, embora não faça a dor de perder um filho sumir.
Para as mamães que, infelizmente, sofreram e passaram pela gigantesca perda e dor da morte prematura de um filho, a chegada do bebê arco-íris é o novo dia que nasce após uma noite de tempestades. Um arco-íris é a promessa de sol após a chuva, a alegria depois da dor, e o bebê arco-íris é isso: a oportunidade de viver dias melhores! O bebê arco-íris é amor e dias mais calmos para a família que sofreu a perda.
Eu, Graci, sofri a perda prematura de um filho
Após um aborto, fui demitida. Eu mal havia retornado a mim mesma, ainda começava a tentar criar forças após minha perda. Baixa performance, eles disseram. Eu, que recém tinha ganhado uma premiação, além de outras duas naquele ano, e como muitas empresas americanas, me vi escoltada até meu carro para ir embora. Parecia que eu tinha feito algo muito errado. Sabia que era o procedimento padrão, aquela escolta, mas aquilo me fez muito mal.
Passado uns dias, eu precisava respirar. Resolvi espairecer com Eric, que tinha apenas 1 ano e meio, e sozinhos fomos passear num parque. Eu me sentia sem chão de novo, mas lembro o exato momento que resolvi registrar essa foto abaixo.
Eric sorria, e me olhava com aqueles cabelinhos ao vento, dando aquela risada gostosa que consegue alegrar qualquer coração! Naquele momento, acordei daquele pesadelo que estava vivendo há dias, e vi no meu filho a vida pulsando. Por ele, eu queria ser muito mais, e seria mais, muito mais. Não poderia deixar um momento me definir.
Senti uma gratidão enorme por tê-lo, e pensei nas mães que sofriam abortos na primeira gestação. Por ele e por elas, eu sentia um chamado da vida, parte de minha missão: eu venceria. Era hora de focar na MiniDini, que ainda era um bebê. Também decidi que não desistiria de ter meu segundo filho! Eu merecia realizar meu sonho. Mal sabia que ali eu já estava grávida, de novo. Porém, com o choque inicial acabei perdendo o bebê novamente, um mês depois. Foi muito pesado novamente, mas dessa vez eu não me deixaria abalar. Lembrei desse dia, dessa foto... e optei pela vida.
Sabe o que aconteceu um mês depois? Engravidei do Jonas, meu filho mais novo! Apesar de tudo que aconteceu na minha vida, a gestação foi muito tranquila e ele nasceu super saudável, o maior bebê do dia 17 de outubro de 2015 daquele hospital. Hoje pensei em dividir isso com você. Se estiver passando um momento difícil, tenha fé e acredite: tudo dará certo.
Não se culpe!
A gravidez é um momento muito sensível para a mulher, já que promove muitas mudanças físicas, hormonais e desperta questões emocionais e psicológicas também por ser um momento de adequação do nosso corpo para gerar uma vida. É lindo e gratificante, mas requer muita paciência, e uma rede de apoio presente.
A perda experienciada pela mãe pode ocasionar várias respostas emocionais conflitantes, que sobrecarregam a mulher. Solidão, culpa, apatia, fadiga, raiva, isolamento, insônia… Neste momento, o primordial é não negligenciar a si mesma, não se cobrar ou se culpar pela perda do bebê, não se isolar das pessoas que te amam e te querem bem e, sobretudo, não ignorar sua condição emocional e psicológica. Você merece ajuda, conforto, e cuidado!
