Maternidade real: por que não devemos romantizar a maternidade?

Maternidade real: por que não devemos romantizar a maternidade?

Precisamos falar sobre a  e a necessidade de não romantizar os que as mães passam para conseguir garantir aos seus filhos uma vida digna e com segurança. A maternidade compulsória também precisa ser uma questão debatida, já que várias mulheres são condicionadas a se sentirem incompletas por optarem por não ter filhos ou por não conseguirem engravidar e gestar um bebê. Primeiro de tudo: mulheres não precisam ser mães para serem pessoas completas, felizes, e amadas. 

Em relação às mulheres que escolhem ser mães, como as mamães inventoras da MiniDini (Graci e Fê), é preciso tomar cuidado com as tarefas que a sociedade, ou nosso marido, ou nossa mãe, ou nossa sogra, e até nós mesmas, acham que devemos dar contas sozinhas apenas por sermos mulheres. A principal tarefa que colocam nas costas das mães para estas resolverem é a criação dos seus filhos, além, claro, dos cuidados com a casa. 

Sentir os chutes do bebê, dar o primeiro abraço, sentir o cheiro pós banho, beijar os pezinhos, colocar pra dormir, amamentar (depois que o desespero e a dor não existem mais), observar a criança crescendo, aprendendo, descobrindo o mundo a cada dia que passa… Tudo isso não tem preço! Em muitos momentos, é encantador ser mãe. Por outro lado, tudo isso não exclui a sobrecarga e as responsabilidades.

 

Sobrecarga emocional na maternidade  

 

Nos primeiros anos da maternidade, nós temos um ser vivo dependendo de nós para comer, dormir, tomar banho, sair, ir à escola e tudo mais. Um bebê demanda muito tempo, principalmente pela falta de percepção de si mesmo nos momentos iniciais da vida. O seu tempo não será o mesmo! Como ter tempo para trabalhar sem se preocupar com o bebê? Como ter tempo para ver as amigas? Como ter tempo para passar um tempo sozinha? Como ter tempo para continuar cultivando sua relação com seu marido ou namorado? Nada disso é possível sendo encarregada de cuidar de uma pessoa sozinha.

A grande maioria das mulheres não tem uma rede de apoio para conseguir pedir ajuda ou até mesmo dividir as tarefas da maternidade e da casa com o companheiro. Quando o companheiro decide “ajudar” (entre aspas porque é dever do pai exercer a paternidade), a mulher precisa arquitetar tudo, dizer onde estão os utensílios, e fica sempre cansada por ser responsável por tudo, inclusive adoecendo, desenvolvendo depressão, ansiedade e vários sintomas físicos do estresse (como bruxismo) por essa razão.

O trabalho invisível e pouco valorizado das mulheres que são mães e garantem o planejamento e as tomadas de decisão para o funcionamento ideal da casa e para a rotina dos filhos é o que faz que as mães estejam sempre ligadas na tomada, fazendo mil coisas, sem descanso. Essa sobrecarga mental é impossível de compartilhar e fica nas nossas mentes 24h por dia. 

 

Não romantize sua sobrecarga

Por conta da romantização, a mulher se sente obrigada a ser uma super heroína porque, se ela não for, será julgada pela família, criticada, incompreendida, e até excluída. Porém, até quando a mulher decide se posicionar em relação a divisão igualitária das atividades domésticas e dos cuidados com a criança, pode haver um momento de tensão. 

Não é fácil! Mas se submeter fará com que você passe a se sentir sufocada e diminuída! Angústia, tristeza, estresse, solidão… são sentimentos comuns para quem é mãe e precisa se colocar nessa posição de fazer tudo o tempo todo pela família e pela casa. Fingir que tá tudo bem não vai fazer com que o problema deixe de existir. 

Ter conhecimento e ser acolhida é primordial. Seus desejos, vontades, sentimentos e necessidades precisam ser compreendidos e respeitados! A gravidez e o pós-parto é um momento de intensas transformações físicas, hormonais, psicológicas e emocionais, se tem uma coisa que nenhuma mãe precisa nesse momento é de preconceitos, palpites, julgamentos e imposições. 

Com conhecimento e relações acolhedoras de verdade você pode sair desse lugar que te aprisiona, te diminui, te desperta culpa, e sensação de insuficiência.

Busque informação de qualidade, questione as coisas que te ensinaram, pergunte-se porque você precisa cumprir o papel de cuidadora em todas suas relações. Quem cuida de quem cuida? Você merece tempo para si, tempo de descanso, tempo de lazer. Merece compreensão e, sobretudo, identificação com outras mulheres e mães que vivem situações parecidas.

Por +AMOR e -CAOS!

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