Meu filho está no Transtorno do Espectro Autista (TEA). E agora?

Meu filho está no Transtorno do Espectro Autista (TEA). E agora?

Muitas pessoas possuem medo do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A maternidade significa amor muitas vezes, mas também envolve muitas responsabilidades e desafios constantes. O diagnóstico do espectro do autismo pode assustar no início, isso porque as mães de crianças no espectro do autismo se visualizam tendo que enfrentar obstáculos ainda maiores com e pelo seus filhos. A realidade é que os primeiros sinais provocam confusão pela falta de entendimento do que está acontecendo, e embora o diagnóstico seja um elucidador, ainda é preciso ler e pesquisar bastante para compreender esse mundo.

O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está associado a características do desenvolvimento neurológico, e na maioria das manifestações do autismo (transtorno autista, síndrome de Asperger, transtorno invasivo do desenvolvimento e transtorno desintegrativo da infância) há dificuldade com o manejo de interações sociais e relacionamentos. 

Os transtornos do espectro autista (TEA) não são doenças, e por isso não se fala de cura. O que acontece é uma questão de neurodesenvolvimento caracterizada por desenvolvimento atípico na linguagem, comunicação, comportamento e interação social. Há um ponto comum de padrões de comportamentos repetitivos, com restrição de interesses e atividades, o que pode estar ligado a um hiperfoco.

Normalmente, é possível notar alguns sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança antes de um ano de idade. A maioria dos casos de transtorno do espectro autista prevalece em pessoas do sexo masculino. Se você notar alguns aspectos similares aos sinais do espectro autista no seu filho, o primeiro passo é procurar o diagnóstico com profissionais devidamente habilitados e humanizados. 

Uma equipe multidisciplinar nesse momento é primordial para fornecer segurança para os pais ou responsáveis e a criança. Busque um pediatra, neurologista, psicólogo, terapeuta ocupacional. Tudo isso é indispensável! Em casos de questões ligadas à fala, como gaguejos, um fonoaudiólogo é importante. O apoio educacional mais precoce possível, ajuda a criança a se desenvolver com mais ferramentas e, portanto, melhores resultados a longo prazo, tendo em vista a neuroplasticidade cerebral.

 

Maternidade e Transtorno do Espectro Autista

 

Mães de crianças no espectro autista costumam ser rotuladas como fortes e guerreiras pela falta de apoio e negação de direitos em relação à proteção dos filhos e garantia do acesso à saúde, bem-estar e educação. A maternidade já está envolta na sobrecarga em muitos casos, mas as mães de crianças no espectro autista sofrem ainda mais sem suporte social, emocional e com questões de estrutura, como transporte para exames. 

Outro desafio para as mães de crianças no espectro autista é a dificuldade para ter um diagnóstico correto. Um diagnóstico digno significa ter apoio, acesso a conhecimento e informações, e a habilidade de exercitar a compreensão referente a neurodiversidade.

 

Como é a rotina de uma mãe com uma criança no espectro autista?

 

As crianças no espectro autista possuem um pouco mais de dificuldade na hora de efetuar tarefas e atividades diárias que seriam normalizadas e comuns para crianças que não são neurodivergentes ou neuroatipícos. Por conta disso, existem necessidades especiais em relação aos cuidados, já que de um certo ponto de vista a independência dessas crianças é construída de forma distinta. Dessa forma, a dependência dos pais ou cuidadores cria muitas limitações, principalmente para as mães.

Mais um momento árduo e de medo para os pais ou responsáveis, e novamente especialmente para as mães, é o momento da criança começar a frequentar a escola. O ambiente escolar é uma oportunidade, mas também apresenta algumas problemáticas. A criança precisa ser integrada à sociedade e se sentir parte de uma comunidade, mas a interação da criança no espectro autista com outras crianças podem deixar os pais receosos, em crise, e assustados com a possibilidade desta criança sofrer rejeição social, bullying, dependendo do tipo de autismo. Por esta razão, é primordial que esta criança conheça outras crianças no espectro autista, e isso é importante para as mães e pais também. 

Neste ponto da educação, a dificuldade de aprendizagem pode surgir, e uma opção é buscar centros educacionais voltados para a educação especial. Se a criança frequentar o ensino regular, talvez um mecanismo seja viabilizar uma educadora especial, ou verificar a possibilidade da criança frequentar uma turma especial, por exemplo.

 

O que faço após receber o diagnóstico?

 

É normal sentir medo, receio, ansiedade. É normal questionar como vai ser o futuro do seu filho, e a rotina da sua família. Dependendo do tipo de autismo, muita coisa pode ser demandada para que seu pequeno cresça saudável e com acesso a todos os seus direitos de maneira plena. O que não é normal é ressaltar preconceitos que vão ferir seu filho. A busca pela informação é a primeira tarefa!

Autismo não é doença, por isso não tem e não precisa de cura. Podemos pensar nos transtornos de espectro autista como uma maneira diferente de visualizar o mundo! Embora a única certeza para as mães de crianças no espectro autista é que vão viver vários desafios, nós desejamos que a vida de todas seja permeada por +AMOR e -CAOS. A autocobrança, a culpa, a sobrecarga precisa ser falada, discutida, pontuada. Todas as mães precisam de apoio e de ajuda.

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